sexta-feira, 13 de abril de 2012

Maria, Maria....do Caixão!

Como várias garotas no auge dos seus 21 anos eu estava em busca da fama, da imaginária vida glamurosa das estrelas. Então, a minha idéia para alcançar este objetivo foi iniciar um curso de teatro. 
E deu certo, ou quase.
Entrei em um pequeno grupo de teatro. A coisa funcionou e a peça ia muito bem. Comecei fazendo alguns comerciais. E me senti...eu era uma atriz! Figurante, na verdade. Sabe aquela pessoinha que passa atrás da árvore do outro lado da rua de onde está o ator principal e ninguém vê? Essa era eu. Eis que recebo um convite.
A produtora da peça conhecia o José Mojica Marins vulgo lindo, belo: Zé do Caixão. Sim, aquele conhecido pelas suas longas unhas que provavelmente povoava os seus pesadelos quando pequeno, o próprio. Na época ele queria cortar suas preciosas (e nojentas) unhas e para isso, faria um “show”. Antes, divulgaria o evento em alguns programas de TV. Onde eu entro nessa história? Fui convidada para ser assistente de palco do Zé do Caixão. Caixãozete a seu dispor.
Claro que eu topei, eu e mais umas 10 garotas desesperadas pelos 5 minutos de fama. Mico nacional. O “modelito”, ah o “modelito”, preciso descrevê-lo para você. Como uma boa assistente de palco precisei usar algo, digamos, sexy. Como se tratava da assistente de palco de ninguém mais ninguém menos que o Zé do Caixão, usávamos um colant de elanca vermelho e bem, beeeeem cavadinho, salto alto, maquiagem vulgar e unhas vermelhas, claro.
A Desperate aqui (diga-se de passagem, sempre fui desperate mesmo sem conhecimento do real significado dessa palavra) se achava o máximo e acreditava realmente que chegaria ao estrelato fazendo aquilo e vestida daquele jeito, no mínimo, bizarro, até porque, bizarrisses faziam parte do show.

Então o grande dia chegou. A minha grande, super estréia em rede nacional. Era fato que a atitude do Zé do Caixão em cortar suas unhas despertaria o interesse de grandes emissoras e por isso, lá estava eu. Era 13 de março de 1998, sexta feira 13, no bar de rock chamado Led Slay, na Av. Celso Garcia/SP,  estávamos sendo gravados e seríamos  transmitidos  no Domingão do Faustão. Nossa que emoção!
Achava-me linda, sexy e já famosa.
Porém conseguir a fama ficou um pouco difícil, já que as 10 “Caixãozetes”, inclusive eu, se digladiaram sobre o palco, enfrente as câmeras. Uma pior que a outra, querendo aparecer naquelas “roupithas”, (na verdade deveríamos nos esconder, isso sim!) Preciso falar o que aconteceu? Óbvio que para minha enorme frustração não apareci em lugar nenhum.  Quer dizer, eu achava que não.
_____________________________________________________________________________
Um belo dia estava indo viajar com meu namorado (hoje meu marido e que acompanhou toda essa história de perto) e fui olhar uma revista que estava no banco de trás do carro. Danadinho, era uma Playboy. Como sempre fui uma pessoa mega ansiosa, tenho a particularidade de ler tudo de trás pra frente, então comecei a folhear a revista do fim. Advinha o que eu vi? Dei um grito no carro: UAU, estou na Playboy!!! Meu marido quase bateu o carro. E me perguntava “onde, onde, onde”? E eu respondia “ Aqui, aqui...óh”! Bem, ele não conseguia ver direito porque a foto era 1/4 da página e todas as meninas estavam amontoadas para aparecerem.  Eu aparecei bem atrás, tampada por outra, mas o rosto dava para ver bem , se procurasse direito, claro. Até hoje falo pra todo mundo que um dia eu já saí na Playboy.

Essa foi uma das minhas histórias em busca da fama, que não consegui, mas valeram pelas experiências divertidas e que fizeram valer a pena tudo o que foi vivido.

Um comentário:

| Robes | disse...

Hahahaha que louca... não se preocupe, quando a fama chegar, sua Playboy vai valer uma nota preta!